quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

PANAIR - Final Infeliz 1965

by Gustavo Villela

Três dias, com escalas e pernoites. Esse era o tempo que levava a viagem entre Belém e o Rio de Janeiro no primeiro avião da Panair do Brasil, o Sikorsky S-38. A aeronave da companhia, que iniciava suas atividades em 22 de outubro de 1929, era uma novidade e fazia grande sucesso na época. O hidroavião, depois apelidado pelos cariocas de “Tamanco Voador”, fazia o transporte de correio e carga e, um pouco mais tarde, de passageiros. Três décadas depois, a empresa, uma das pioneiras da aviação comercial brasileira, chegava ao fim. Há 50 anos, no dia 10 de fevereiro de 1965, o governo militar cancelava a concessão da Panair, então a maior do setor no país, abrindo o caminho para a decretação da sua falência.
Após encontro do ministro da Aeronáutica, brigadeiro Eduardo Gomes, com o presidente Castelo Branco, o primeiro general a comandar o país na ditadura, o governo anunciou o cancelamento das concessões da Panair do Brasil, autorizadas a "título precário", para explorar linhas nacionais e internacionais. Alegou que a situação financeira da companhia era irrecuperável. Seus aviões foram recolhidos aos hangares, e a Varig passou no mesmo dia a operar voos internacionais da empresa, enquanto as rotas nacionais seriam assumidas pela Cruzeiro. Sua falência foi decretada apenas cinco dias depois, em 15 de fevereiro, pelo juiz Mario Rebelo Mendonça Filho, da 6ª Vara Cívil do Rio, com base em informações do Ministério da Aeronáutica e desprezando o pedido de concordata apresentado pela diretoria.
Para críticos da operação, entre eles ex-funcionários e executivos da empresa, a decretação da falência foi uma arbitrariedade jurídica no regime militar, resultado de perseguição política. Alguns também a consideram uma ação orquestrada entre militares e a Varig, que assumiu as suas linhas para o exterior e parte dos seus ativos. Com cerca de 7 mil funcionários e sede na Praça Marechal Âncora, no Centro do Rio, a Panair do Brasil viveu também crises internas, incluindo greve de pilotos e a abertura de uma CPI na Câmara dos Deputados. A crise final começou em 1964, quando o governo retirou as subvenções para as rotas internas da companhia.
A empresa foi criada como subsidiária de uma empresa americana, a Nyrba (New York-Rio de Janeiro-Buenos Aires). Um ano depois, em 1930, foi incorporada pela Pan Am (Pan American Airways) e, mais tarde, passou a ser controlada por acionistas brasileiros. Desde os anos 30, a história da Panair do Brasil se confunde com a modernização do país e a integração nacional, aproximando cidades da distante Amazônia, do Nordeste e do Centro-Oeste com o eixo Rio-São Paulo, o Sudeste, e o Sul do país. Nas asas da Panair, a bandeira brasileira também chegava a outros países da América do Sul, à Europa, à África, aos Estados Unidos e ao Oriente Médio.
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45), a companhia também participou do esforço do Brasil de defesa do Atlântico Sul. Na década seguinte, teve a honra de transportar os craques da seleção, entre eles Pelé e Garrincha, que conquistaram a tão sonhada Copa do Mundo, em 1958, na Suécia. No seu auge, na era dos modernos Constellation, dos Caravelle e dos jatos DC-8, ficou famoso o chamado “Padrão Panair”, visto como excelência em aviação, incluindo o atendimento a passageiros com talheres de prata e copos de cristais. Nos seus 35 anos de operação, a empresa também foi marcada por tragédias. Dezenas de passageiros morreram em acidentes aéreos, ocorridos no Rio, em São Paulo, Porto Alegre, Recife, Salvador e Manaus, entre outras cidades.
A companhia aérea foi ainda celebrada em canções, como a interpretada por Elis Regina em "Conversando no Bar" (Saudade dos Aviões da Panair), sucesso de Milton Nascimento e Fernando Brant (“A primeira Coca-Cola, foi, me lembro bem agora, nas asas da Panair...”). A voadora também serviu de inspiração para o poema “Leilão do ar”, de Carlos Drummond de Andrade. Recentemente, a sua memória foi revivida no cinema com o documentário “Panair: uma história de amor com o Brasil”, do diretor e produtor Marco Altberg, acalentado durante 11 anos com a sua mulher, Maíza Figueira de Mello. Ela é neta de Celso da Rocha Miranda, o maior acionistas da companhia quanda foi fechada na ditadura e um dos seus três principais executivos, ao lado de Mario Wallace Simonsen e Paulo Sampaio.
O filme, de 2008, resgatou o otimismo dos anos 50 e início dos 60, quando o país voava “nas asas da Panair”. Para Altberg, a perseguição à Panair ocorreu pela ligação de seus executivos com notórios opositores da ditadura. Rocha Miranda era ligado ao ex-presidente Juscelino Kubitschek, enquanto Simonsen mantinha ligações com João Goulart, deposto da Presidência pelos militares em 1964. O diretor disse que os militares achavam que os dois poderiam ser um suporte financeiro para a volta de JK e Jango.

Materia reproduzida na integra do jornal O GLOBO 10-Fev-2015

http://acervo.oglobo.globo.com/em-destaque/governo-militar-cancelou-concessao-da-panair-decretou-sua-falencia-em-1965-15299135



sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

MICHAEL BUBLÉ - Home



HOME

Another summer day

Has come and gone away
In Paris and Rome
But I wanna go home

Maybe surrounded by
A million people I
Still feel all alone
I just wanna go home
Baby I miss you, you know

And I've been keeping all the letters that I wrote to you
Each one a line or two
"I'm fine baby, how are you?"
I would send them but I know that it's just not enough
My words were cold and flat
And you deserve more than that

Another airplane
Another sunny place
I'm lucky I know
But I wanna go home
I've got to go home

Let me go home
'Cause I'm just too far
From where you are
I wanna come home

And I feel just like I'm living someone else's life
It's like I just stepped outside
When everything was going right
And I know just why you could not 
Come along with me
'Cause this was not your dream
But you always believed in me

Another winter day has come 
And gone away
And even Paris and Rome
And I wanna go home
Let me go home

And I'm surrounded by
A million people I
Still feel alone
Let me go home
I miss you, you know

Let me go home
I've had my run
Baby, I'm done
I gotta go home

Let me go home
It all will be alright
I'll be home tonight
I'm coming back home

Link: http://www.vagalume.com.br/michael-buble/home.html#ixzz3EwfE3Ccc


Casa 
Outro dia de verão
Que vem e vai embora
Em Paris e Roma
Mas eu quero ir pra casa

Talvez esteja cercado de
Um milhão de pessoas e eu
Ainda me sinto sozinho
Eu somente quero ir pra casa
Sinto sua falta você sabe

Eu continuo guardando as cartas que te escrevi
Cada uma com uma linha ou duas
"Estou bem amor, como você está? "
Bem sei que deveria te envia-las, mas sei que isto não é o bastante
minhas palavras eram frias e sem graça
E você merece mais que isto

Outro avião
Outro lugar ensolarado
Sou sortudo, eu sei
Mas eu quero ir pra casa
Tenho que ir pra casa

Me deixa ir pra casa
Porque estou tão longe
De onde voce está
Eu quero voltar pra casa

Sinto como se estivesse vivendo a vida de outra pessoa
É como se estivesse fora
Quando está tudo indo bem
Eu sei apenas porque você não poderia
Vir comigo
Porque isto não é o seu sonho
Mas você sempre acreditou em mim

Outro dia de inverno está vindo
E indo embora
E mesmo em Paris ou em Roma
Eu quero ir pra casa
Me deixa ir pra casa

Estou cercado por
Milhões de pessoas
Me sentindo sozinho
Me deixa ir pra casa
Sinto sua falta você sabe

Me deixa ir pra casa
Eu tive minha chance
Baby, pra mim, chega
Estou indo pra casa

Me deixa ir pra casa
Ficará tudo bem
Estarei em casa hoje a noite
Estou voltando pra casa


Link: http://www.vagalume.com.br/michael-buble/homecasa.html#ixzz3EwfRQefs