sábado, 9 de março de 2019

NO COVIL DOS MANOS ou EXERCENDO MEDICINA ILEGALMENTE

 

Tudo aconteceu em algum lugar muito escabroso, pode imaginar nos fundões da Zona Sul ou Leste.

Seguia eu tranquilamente a bordo do meu popular possante 1.0 quando de repente ouvi.

-E aí tio para essa bagaça.

Quase mande “TNC” me chamar de Tio e me chamar de velho coisa que não sou. Mas controlei o impulso. Olhei melhor e lá estava um menor com uma PT 9 mm na mão apontando para minha cara.

Pensei em fazer uma média e chamar o moleque de filho, mas vai que o FDP não gostava do pai, aí eu estava ferrado.

-Sai logo daí que tou no maior gás, disse o filhote do capeta.

Parei no ato, disse a ele que estava descendo.

-Deixa a chave do contato, falou o moleque.

Desci do carro devagar com as mãos para o alto, foi quando ele olhou bem para mim e falou:

-E isso aí doutor.

Epa estava melhorando já estava com mais moral perante o meliante.

Nesta hora ele me olhou com mais detalhe e falou.

- Você e médico?

Eu disse.

- Não.

- Qual é cara você tem cara de doutor. Vai comigo agora. Volta para dentro do carro.

Pronto agora FU de vez. Pensei.

Perguntei o que houve, ele me disse meu primo levou um tiro ao tentar assaltar um posto de gasolina, não dava para levar ele em nenhum PS da região pois acabaria preso.  Então eu seria o doutor. Vejam só a enrascada que eu estava me metendo.

Veja como o brasileiro e preconceituoso e só você ter uma cara gordinha e usar óculos pronto já te veem como um médico. Se bem que eu não fiquei atrás, quando eu vi o moleque logo pensei esse cara e ladrão, puro preconceito. Só porque ele estava com uma arma na mão?

Apontando a arma e girando ela para todos os lados ele me indicava o caminho.

-E ali e ali.

Gritava ele toda vez que eu ficava em dúvida em que direção seguia. Chegamos a uma rua sem saída, um monte de barracos e uns caras muito estranhos na porta de um deles.

- E aí e aí. Disse o meliante.

- I olha só e o piolho.  Se referindo a meu novo amigo gritou um deles.

- E aí esse aí e o Zé da farmácia? Pergunta outro deles.

- Qualé Mané, acha que vou trazer aquele Nóia, esse aqui e doutor de verdade, vai tratar do Ratão.

Ratão meliante experiente na vida do crime.

Mas naquele dia tinha se dado mal.

Levou um tiro na bunda, disparado pelo próprio comparsa.

Agora lá estava eu pronto para entrar numa fria. Se digo que não sou médico estou perdido. Se fizer o curativo vou estar exercendo a medicina ilegalmente. Mas naquela situação não tinha jeito.

Pedi um.......................................

 

 

Esta estória continua?  Não sei