sexta-feira, 6 de outubro de 2017

ESTUPRO MARITAL. O QUE É ?

Daniela Carasco
Do UOL, em São Paulo
17/08/2017 13h06

Roberta*, 25, namorava há dois anos quando foi forçada pelo ex a manter relações sexuais. “Lembro de ter dito com todas as letras que não estava a fim”, conta. Ele ignorou. “Logo depois, corri para o banheiro e disparei a chorar. Cheguei a pensar que era minha obrigação de namorada não recusar qualquer investida do tipo. ” Roberta foi violentada, mas só descobriu depois terminar o relacionamento. “Foi um estupro, e me rendeu uma grave crise depressiva.”
Fernanda*, 26, tinha 21 anos quando conheceu o ex. Dois anos depois, estavam morando juntos. A rotina sob o mesmo teto veio acompanhada de inúmeros abusos sexuais. “Ele insistia até quando eu negava. Em um dos episódios, usei a força física para tentar detê-lo”. Não adiantou. “Cansada de resistir, deixei que terminasse. Chorei o resto na noite”, diz. Fernanda só se reconheceu como vítima de um relacionamento abusivo depois de ler relatos parecidos com o seu. “Aqueles estupros me geraram crises de pânico. Quando o horário de ele chegar em casa se aproximava, eu ficava apavorada com o que estava por vir.”
Há uma semana, um relato de uma mulher vítima do próprio marido, comentado pela psicanalista e escritora Regina Navarro Lins, mostrou mais um cenário bárbaro: a dependência financeira como prisão em um relacionamento marcado pela violência sexual. E essas três histórias reforçam estatísticas.
Segundo o balanço do Ligue 180 de 2016, 65,91% dos casos de violência contra a mulher foram cometidos por homens com quem a vítima tem ou teve algum vínculo afetivo. De acordo com o relatório “Estupro no Brasil, Uma Radiografia Segundo Dados da Saúde”, divulgado pelo Ipea em 2014, 9,3% do abuso sexual sofrido por mulheres adultas são praticados pelo cônjuge e 1,6% pelo namorado.
Para Silvia Chakian, promotora de justiça e coordenadora do Grupo Especial de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher (GEVID), de São Paulo, o problema do chamado estupro marital ainda reside no senso comum de que “as mulheres têm o dever de servir aos homens sexualmente”. Apesar de inaceitável, isso foi reforçado pela lei até 2003, quando o código penal brasileiro tratava como “débito conjugal” a recusa feminina na hora do sexo. E isso bastava para que um homem pedisse separação por justa causa.
“É absurdo que isso ainda habite o pensamento popular. Uma relação afetiva não é um cheque em branco para que um parceiro pratique todo e qualquer ato sexual com a companheira. Se não há consentimento, não existe outro nome que não seja estupro.”

Não é fácil se reconhecer como vítima

Periodicamente, a promotora realiza, em São Paulo, reuniões com vítimas de violência doméstica em parceria com o Projeto Acolher. “Sempre começo minha apresentação questionando se alguma delas --costumam ser umas 50-- já foram estupradas. Ninguém levanta a mão”, conta. “Mas quando explico que estupro é qualquer ato sexual praticado sem o consentimento, seja mediante o uso da força ou numa situação onde é impossível resistir, muitas se manifestam afirmativamente. Isso é muito significativo.”A palavra estupro ainda é estigmatizada, principalmente, quando é tratada no âmbito das relações afetivas. “É muito difícil para uma mulher admitir que foi violentada por um companheiro da vida toda, pai dos filhos, que tem boa reputação social, é trabalhador”, conta.
Mas não é só isso. Alice Bianchini, da Comissão da Mulher Advogada da OAB Federal e autora do livro “Lei Maria da Penha” (ed. Saraiva), acrescenta que, normalmente, a violência sexual vem acompanhada de outros tipos de abuso, como o psicológico. Não é raro ouvir relatos de vítimas que foram moral e intelectualmente diminuídas pelos namorados ou maridos. “Por isso, muitas chegam a acreditar que são culpadas pelo ocorrido”, explica.
Não à toa, muitas mulheres apresentam quadros de síndrome do pânico, isolamento social, depressão, distúrbios alimentares, reações suicidas, envolvimento com drogas e distúrbios do sono.
Essa realidade impacta diretamente no baixo número de denúncias. “Estamos falando de uma violência que acontece dentro de casa, na ausência de testemunhas e que ainda é questionada socialmente”, acrescenta Silvia. Isso é o bastante para que a maioria das vítimas seja desacreditada e silenciada em meio a um processo extremamente doloroso.

Por que muitas não denunciam?

Além de ter sua palavra colocada à prova, as vítimas se mantêm no relacionamento abusivo por uma série de questões. De acordo com um levantamento feito pelo DataSenado 2017 com mulheres que já foram violentadas pelo próprio marido, a lista de barreiras é longa: medo do agressor, preocupação com a criação dos filhos, dependência financeira, impunidade, vergonha, a crença de que será a última vez e o desconhecimento de seus direitos. “Mas é importante que elas não silenciem e que os agressores sejam punidos”, diz a promotora.
Para isso existe a Lei Maria da Penha, criada há onze anos. Ela se aplica a diversas formas de violência doméstica, que inclui a sexual, justificada no artigo 7º como “qualquer conduta que a constranja [a vítima] a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos”.
Além da punição de 6 a 11 anos de reclusão ao agressor, a lei garante ainda instrumentos de proteção à vítima, conhecidos como medidas protetivas de urgência. Elas exigem o afastamento do agressor do lar e oferecem encaminhamento da mulher e filhos a um programa de proteção e acolhimento do governo.
“Não existe consentimento presumido”, acrescenta Silvia. “É crime se a mulher se sentiu constrangida e não manifestou afirmativamente o seu ‘sim’ e a intenção de manter qualquer ato sexual [da manipulação genital à penetração].”
A denúncia pode ser feita de diversas maneiras. A vítima pode recorrer ao Ligue 180, à Delegacia de Defesa da Mulher, às Promotorias de Justiça e aos Centros de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência. 

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

FABRICA DE ONIBUS - CAIO


A Companhia Americana Industrial de Ônibus – CAIO – foi criada em dezembro de 1945,
 em São Paulo -SP.

É hoje a maior fabrica de ônibus urbano do Brasil.

Veja mais sobre esta empresa no site http://www.lexicarbrasil.com.br/caio/ .

Foto de propaganda na Revista Transporte Moderna



CAIO Coruja - 

CAIO - Bossa Nova



segunda-feira, 28 de agosto de 2017

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

FABRICA DE ONIBUS - Striuli

Ao ser fundada em 1958 a empresa Striuli que levava o sobrenome de Luigi Giovanni Striuli pretendia ser a maior fabrica  de ônibus do Brasil.

Veja informações no http://www.lexicarbrasil.com.br/striuli/ , site que traz detalhes da empresa STRIULI.

Aqui nesta matéria apenas vou apresentar algumas curiosidades sobre a empresa.

Uma propaganda da empresa então divulgando seus ônibus na revista Transportes Moderno.


Foto da revista Transportes Moderno.


Foto registrada por Lineu Carneiro Saraiva do mesmo veiculo que esta na foto acima da propaganda da Revista Transporte Moderno




Fotos  - EJOMES -2017 ®

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

domingo, 30 de julho de 2017

10 ANOS BLOGGER




A dez anos atrás por pura curiosidade passei a usar o Blogger como mais um canal de comunicação. Na época ainda existia um tal Orkut e o Facebook ainda não havia completado 3 anos. 
Orkut por sinal permaneceu no net até setembro de 2014, pouco mais de 10 anos.
Verdade é que uso Blogger apenas para divertir-me, brincar de comunicador.
Não tive e não tenho a pretensão de atingir altos números de seguidores como também altos números de visualizações.
É mesmo uma brincadeira.
Até tenho algumas ferramentas que poderia gerar recursos financeiros, mas decidi não fazer.
Esse blogger e sim minha cara. Cara de quem gosta de música, humor, fotos e ônibus.
Este blogger não tem definição editorial.
Vai muito do meu tempo que as vezes fica escasso ou do momento de criação que ultimamente está adormecido.
Tenho muitas ideias. Mas por falta de tempo não o faço.
Quem sabe uma hora consigo encontrar um modo de manter uma linha editorial de vídeos,  fotos e artigos.
Abraços


Evaristo J Mesquita  31/Julho/2017

quinta-feira, 29 de junho de 2017

IMPOSTOMETRO 2017

Às 8h desta sexta-feira brasileiro terá pago R$ 1 trilhão em tributo.


⁠⁠[16:24, 22/6/2017] Gerson Studio: ⁠⁠⁠Os 10 países onde MAIS se trabalhou em um ano para pagar impostos:


1. Brasil: 2.600 horas (é mais que o dobro do 2º colocado!
2. Bolívia: 1.080 horas 3. Vietnã: 941 horas 4. Nigéria: 938 horas 5. Venezuela: 864 horas 6. Bielorrússia: 798 horas 7. Chade: 732 horas 8. Mauritânia: 696 horas 9. Senegal: 666 horas 10.Ucrânia: 657 horas Fonte: Banco Mundial "O Brasil tem a maior carga tributária do mundo, para pagar a MAIOR CORRUPÇÃO DO MUNDO" Tributos no Brasil - uma vergonha!!! Medicamentos 36% Luz. 45,81% Telefone 47,87% Gasolina 57,03% Cigarro 81,68% PRODUTOS ALIMENTÍCIOS BÁSICOS Carne bovina 18,63% Frango 17,91% Peixe 18,02% Sal 29,48% Trigo 34,47% Arroz 18,00% Óleo de soja 37,18% Farinha 34,47% Feijão 18,00% Açúcar 40,40% Leite 33,63% Café 36,52% Macarrão 35,20% Margarina 37,18% Molho tomate 36,66% Biscoito 38,50% Chocolate 32,00% Ovos 21,79% Frutas 22,98% Álcool 43,28% Detergente 40,50% Sabão em pó 42,27% Desinfetante 37,84% Água sanitária 37,84% Esponja de aço 44,35% PRODUTOS BÁSICOS DE HIGIENE Sabonete 42% Xampu 52,35% Condicionador 47,01% Desodorante 47,25% Papel Higiênico 40,50% Pasta de Dente 42,00% MATERIAL ESCOLAR Caneta 48,69% Lápis 36,19% Borracha 44,39% Estojo 41,53% Pastas plásticas 41,17% Agenda 44,39% Papel sulfite 38,97% Livros 13,18% Papel 38,97% BEBIDAS Refresco em pó 38,32% Suco 37,84% Água 45,11% Cerveja 56,00% Cachaça 83,07% Refrigerante 47,00% Sapatos 37,37% Roupas 37,84% Computador 38,00% Telefone Celular 41,00% Ventilador 43,16% Liquidificador 43,64% Refrigerador 47,06% Microondas 56,99% Tijolo 34,23% Telha 34,47% Móveis 37,56% Tinta 45,77% Casa popular 49,02% Mensalidade Escolar 37,68% (ISS DE 5%) ALÉM DESTES IMPOSTOS, VOCÊ PAGA - DE 15% A 27,5% DO SEU SALÁRIO A TÍTULO DE IMPOSTO DE RENDA; - PAGA O SEU PLANO DE SAÚDE, - O COLÉGIO DOS SEUS FILHOS, - IPVA, - IPTU, - INSS, - FGTS - ETC.
O Brasil precisa de atitude do povo!
IMPOSTO ÚNICO, Leia a pec 296/08 Estamos reféns destes políticos. - Sem querer cortar gastos e privilégios, o governo repassa o custo da sua corrupção e incompetência para a população!

segunda-feira, 26 de junho de 2017

PORTUGUESA MORREU - APD -





Enquanto as mesas redondas discutiam as polêmicas da rodada e os programas de TV reprisavam os gols mais bonitos deste domingo (25), a Portuguesa desaparecia do cenário nacional ao ser eliminada na Série D do Campeonato Brasileiro. Os raros minutos de destaque e as tímidas linhas de texto davam conta de uma derrota por 1 a 0 para a Desportiva Ferroviária no Espírito Santo. Como que apenas mais uma entre tantas quedas em uma competição. Um dia certamente alguém que não frequenta as alamedas do Canindé sentirá falta da Lusa e tentará saber por que razão o clube sumiu. Aí virão atrás de nós, os órfãos de uma agremiação assassinada na base da covardia e da omissão.

Sim, de nós. Tanto os que não arredaram pé da arquibancada em meio a esse processo de desmonte quanto os que foram cansando e se afastando pelo caminho. Os que foram dormir sem saber se acordariam com um time para torcer, com cores para defender, com um sentido para continuar a viver. Os que nem dormir conseguiram, chorando ao lembrar dos momentos com os avós, os pais, os irmãos, os filhos e os netos no Canindé. Porque, para nós, o futebol é o espaço em que nos sentimos parte do lugar que nossos antepassados tiveram de deixar para trás, o símbolo de terem vencido na vida, o ambiente em que ensinaram valores à família, o lugar em que o coração se sente em casa.

torcida mirim lusa






















O clima, entre nós, é de velório. Nosso time foi eliminado da última divisão do futebol brasileiro, não está disputando sequer a elite do campeonato estadual e só garante vaga na próxima Série D se for campeão da Copa Paulista. Vocês sabem o que é, para um torcedor da Lusa, ter de levar a sério uma Copa Paulista? A paixão sempre nos cegou e dificultou enxergarmos se realmente não haveria mais como reverter a situação. Hoje, então, fica ainda mais complicado abraçar alguma esperança. Se ainda nos restou alguma força, que seja ao menos para escancarar os motivos desse desaparecimento da Portuguesa. Aqueles que só nós, que vivemos o dia a dia desse clube, sabemos. 

Desde 2013, é impossível conversar com alguém sobre a Lusa sem que citem o "caso Héverton". Esse é o grande nó que sufocou de vez qualquer chance de ressurgimento de um clube já combalido. Além de ser retirada da elite nos tribunais, ser acusada de vender a vaga, ser objeto de oportunismo de outros clubes, ser tolhida de milhões em cotas de televisão e ser humilhada pelos próprios diretores em rede nacional, a Portuguesa foi vítima da omissão da CBF, do STJD, do Ministério Público, da Justiça e dos próprios conselheiros do clube. Pior do que aquele rebeixamento vergonhoso foi ninguém ter feito nada. Tanto dentro quanto fora do Canindé. Assassinar a Portuguesa é jogar uma pilha de sujeira para debaixo de um tapete imenso, puxado para que nós torcedores caíssemos.

Porque a torcida da Lusa é a única vítima daquilo, que é sem dúvida uma das maiores vergonhas do futebol brasileiro. O que muitos não conseguem - ou não querem - entender é que não foi a torcida que provocou o "caso Héverton". Foram pessoas que se apoderaram de instituições e que continuam a dormir tranquilamente. Que serão poupadas de qualquer responsabilidade com a morte da Portuguesa. É curioso que o clube tenha apenas definhado desde então, sem qualquer poder de reação, caindo de divisão ano após ano. E nós, torcedores, assistimos a sucessivas gestões catastróficas desde aquilo. Salvo uma ou outra exceção, tudo que foi feito afundou ainda mais a Rubro-Verde.

torcedor lusa











Só que o "caso Héverton" foi apenas o golpe fatal. O problema central da Portuguesa está na administração. Que, não bastando ter parado no tempo, foi sempre contaminada por disputas nefastas. Se a política já é vergonhosa por natureza, imagine em uma colônia em que meia dúzia se sente dona do clube. A vaidade é um problema eterno no Canindé e faz com que grupos boicotem a própria Lusa apenas para prejudicar rivais. Isso, com o tempo, foi afastando pessoas honestas, capazes e que tinham condições de ajudar a Rubro-Verde e evoluir. Foram sobrando apenas os velhos, endinheirados, interesseiros e que se intercalavam no poder como que num jogo de cartas marcadas.

Quando veio a Lei Pelé, com a Lusa estacionada no tempo, surgiram as dívidas astronômicas. O que esperar de um grupo podre no comando do clube? Contratavam como se comprassem leite para as padarias e dispensavam como se jogassem farinha vencida no lixo. Mas quem dera se cuidassem da Portuguesa como dos próprios negócios. Vieram as ações trabalhistas, as condenações sem nem mandar advogado para defesa, as penhoras e os salvadores da pátria. Vários tiravam do próprio bolso para bancar a Rubro-Verde. Uns por amor, por dedicação, para ajudar. Outros, nem tanto. Não demorou para que o jogo virasse e muitos passassem a pressionar para recuperar o dinheiro "investido".

Aquela queda em 2013 não foi de um clube profissional que se mantinha na elite. Mas, sim, de um clube pessimamente administrado e que tinha na permanência na Série A a única chance de captar recursos para quitar dívidas. O grande nó, talvez até maior que o "caso Héverton", já se chamava Canindé. Com o patrimônio penhorado, não havia saída desde então: pagar as dívidas ou perder o terreno. E essa é a disputa que tem corroído todas as oportunidades de reconstrução da Portuguesa desde aquele fatídico rebaixamento. Uma colcha de retalhos que foi sendo sutilmente costurada, sob a completa omissão do Conselho Deliberativo e do Conselho de Orientação e Fiscalização.

Torcedor da Lusa















Qual não foi o espanto? Os entusiastas da venda do terreno e de deixar o Canindé ir a leilão foram surgindo. Curioso isso acontecer em um clube no qual tantos cobram por terem investido no passado, não? Mais curioso ainda foi ter visto, desde 2013, todas as medidas contrárias serem boicotadas. Quem tentou mudar o rumo da derrocada foi derrubado do poder. Quem apresentou propostas para quitar as dívidas sequer teve espaço nas reuniões dos conselheiros. Quem conseguiu parcerias com a iniciativa privada para capitalizar em cima do patrimônio e barrar o leilão foi silenciado. No pior ano da história da Portuguesa, o Conselho Deliberativo não realizou uma reunião sequer. Pasmem.

Se um dia quiserem saber o porquê do sumiço da Portuguesa, sigam o caminho certo. Não caiam nas histórias de que o "caso Héverton" foi a causa de tudo. Mas, sim, que foi apenas o golpe fatal de um processo de desmonte maior. Não comprem o discurso de que a culpa é da imprensa, que nunca teria dado voz a um clube cujas direções foram escondendo. Não comprem o discurso de que sempre houve presidente fazendo das tripas corações para salvar a Lusa. Não comprem o discurso de que só a falta de dinheiro fez com que essa derrocada fosse tão vertiginosa. Não comprem esse discurso, que nos últimos tempos tem acusado até mesmo a torcida de assassinar o clube que ama. 

torcedor lusa

















Seria absurdo pedir que os outros tivessem essas sensações. Mas um dia perceberão que uma parte importante do futebol deste país evaporou. O clube que revelou o primeiro brasileiro campeão do mundo. O clube que foi ao exterior representar o Brasil após o vexame de 1950 e voltou recepcionado por uma multidão em São Paulo. O clube que cedeu quase que meio time para a Copa do Mundo seguinte. O clube que um dia foi base da seleção brasileira. O clube que foi considerado uma das quatro grandes forças do futebol paulista. Sim, uma das quatro. O clube que construiu todo seu patrimônio sem um tostão público, apenas com o suor e as lágrimas de uma coletividade.

A queda na primeira fase de uma mísera Série D, as contratações totalmente infundadas, as chegadas que racharam o elenco, o jogador que praticamente virou diretor de futebol, os técnicos que sugiram como marionetes, o atacante salvador que jamais jogou, a partida decisiva em um Canindé de portões fechados e o vergonhoso atestado de mera incompetência da diretoria são apenas mais alguns ingredientes de um processo dolorido pelo qual temos passado. Enquanto uns não conseguem ter a dimensão dessa queda da Lusa e outros se benficiam do silêncio, a torcida vai tentando juntar os cacos de um coração dilacerado, de uma vida sem sentido. 

Não se arranca um amor do peito como se tira uma camisa de futebol do corpo. Esse amor vai nos levar a algum lugar. Ainda mais a nós, que só sabemos resistir. Qualquer dia a gente se encontra, seja em um livro de história, em um campo de várzea ou em um ato heroico nosso. 

por Luiz Nascimento
matéria publicada no site: http://globoesporte.globo.com/sp/blogs/especial-blog/torcedor-da-portuguesa/post/orfaos-de-uma-paixao-assassinada.html

ELE NÃO MORREU - por Tirullipa

sexta-feira, 12 de maio de 2017

ANONIMO VENEZIANO - O Filme

Existem filmes que marcam nossas vidas. 
Anônimo Veneziano marcou a minha. 
Mas não propriamente o filme. E sim à música. 

O romântico filme italiano lançado aqui no Brasil no ano de 1971 tinha uma magnifica estória de amor e vida. Contava a estória fictícia de um musico especialista no instrumento oboé, famoso e no auge do sucesso que recebe a notícia de estar com grave doença. Enrico então convida sua ex-mulher Valeria para visita-lo em Veneza. 


Oboé.


O personagem Enrico vivido pelo ator Tony Musante passeia juntamente com Valeria vivida pela atriz brasileira Florinda Bolkan pela cidade de Veneza. 
Alternando momentos de ternura e fúria, Enrico confidencia a ela que está doente. Ela então percebe que ele ainda a ama. Conversam sobre eles, filhos, amor e vida. Mas percebem que não podem mais voltar atrás e mudar o destino de suas vidas. 

Inesquecível mesmo foi o tema romântico do filme. Uma música que fez, faz e fará querer se apaixonar e viver um grande amor. Destes que não é perfeito, mas é marcante. E música pra sonhar, sonhar de amar.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

APOSENTADORIA JÁ E AGORA?

Como é bom poder refletir sobre tudo que se lê.
E foi assim refletindo que observei algo muito estranho sobre esse episódio da reforma da previdência no Brasil.
As pessoas preocupadas quando irão se aposentar.
As estatísticas atuais (Maio 2017) apresentam os números de 13.500.000 desempregados.
E as pessoas preocupas quando vão se aposentar.
Mas aí vem outro índice. 
Expectativa de vida no Brasil e de 70,4 anos.
Região Sul 77,5 anos
Região Sudeste 77,2 anos
Região Centro Oeste 74,9 anos
Região Nordeste 72,80 anos
Região Norte 72 anos
O estado que tem a melhor média e Santa Catarina com 78,7 anos.
O estado com a pior média é o Maranhão 70,3 anos.
O sujeito está desempregado. A grande maioria não vai chegar a 70 anos. E as pessoas estão preocupadas com a aposentadoria.
Hoje a grande preocupação deveria ser a saúde e a educação.
Saúde para viver mais e melhor.
Educação para ter mais pessoas capacitadas para cuidar destes idosos do futuro.
A grande preocupação deveria ser a qualidade e a quantidade de empregos.
Mas porque a grande polemica está voltada somente e apenas para a reforma da Previdência?
Porque tanta polemica para receber um pouco mais que um salário mínimo de aposentadoria e precisar continuar trabalhando para poder pagar as contas?
Desconfiei de tudo que ouve, lê e vê. Inclusive desta matéria.
Reflita e sempre faça uma única pergunta.
Porquê?

E repita essa pergunta até chegar ao ponto que a resposta alcançada seja racional. Que faça sentido. Que tenha objetivo de resolver o problema.

domingo, 23 de abril de 2017

AVIÕES SUCATAS LEILOADAS

Uma cena comum chama a atenção em quem decola ou aterrissa nos principais aeroportos do País. Carcaças de aviões de companhias falidas dividem o cenário com o vaivém de aeronaves e deterioram-se com o tempo. A maioria desses aviões ainda não foi leiloada, mas alguns foram arrematados há anos e esperam ser retirados pelos novos proprietários, que alegam alto custo de transporte e mudanças nos planos de negócios como principais motivos para o atraso na remoção.

Leiloados em setembro de 2013, dois Boeings 767 da Transbrasil continuam na área de manobras do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília
Foto: Agência Brasil


Levantamento da Agência Brasil indica que em pelo menos três aeroportos - Juscelino Kubitschek (em Brasília), Galeão (no Rio de Janeiro) e Cumbica (em Guarulhos) - existem aviões leiloados e não removidos dos terminais aéreos. Duas aeronaves em Brasília, quatro no Galeão e duas em Cumbica que poderiam ter sido retiradas permanecem ocupando espaço nos pátios e hangares.

No Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, na capital federal, dois Boeings 767 da Transbrasil leiloados em setembro de 2013 aguardam para serem retirados. O consórcio responsável pela administração do Aeroporto de Cumbica não detalhou o modelo nem a companhia das aeronaves. Apenas informou que uma foi arrematada pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e outra, por particular.

O consórcio que administra o Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, informou que existe um avião da Vasp e mais seis aeronaves antigas no local. O consórcio não deu informação sobre a companhia que detinha as demais aeronaves, mas esclareceu que nenhuma delas é da Transbrasil.

De acordo com levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), três aviões parados no Galeão ainda não foram leiloados. Os quatro restantes estão em processo de remoção.


ATRASOS

De 2011 a 2015, o CNJ promoveu o programa Espaço Livre, que agilizou o leilão de 50 das 62 carcaças de aviões que jaziam em 11 aeroportos do país. Realizado em parceria com o Ministério da Defesa, o Conselho Nacional do Ministério Público, o Tribunal de Contas da União, o Tribunal de Justiça de São Paulo, o Ministério Público de São Paulo, a Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) e a Infraero, o mutirão conseguiu leiloar 80% das aeronaves abandonadas. Nem todas, no entanto, foram retiradas até agora.

Síndico da massa falida da Transbrasil, o advogado Gustavo Henrique Sauer diz que o conjunto do que restou da empresa recebeu o dinheiro de todos os leilões de aviões da companhia realizados até agora. Em relação às duas carcaças no aeroporto de Brasília, ele esclarece que os antigos aviões dizem respeito à massa falida da Interbrasil, empresa do mesmo grupo da Transbrasil. Ele, no entanto, explica que, após o pagamento dos leilões, cabe exclusivamente ao aeroporto e ao novo proprietário definirem um cronograma para a retirada.

Para Sauer, a falta de planejamento prolonga o abandono das carcaças de aviões e gera uma nova guerra jurídica. "Em alguns casos, quem arremata a aeronave não entende que ela foi leiloada como sucata e que não pode utilizá-la para outros fins. O proprietário então retira algumas peças e deixa a casca. Se não houver acordo, o aeroporto pode entrar na Justiça para exigir a remoção", explica.

DIFICULDADES

Proprietário de um Boeing 737 da Vasp e de um Boeing 767 da Transbrasil leiloados no aeroporto de Brasília, o empresário Rogério Tokarski diz que o custo de transporte também é um entrave porque equivale, no mínimo, ao preço do avião. No caso do 737, de menor porte, ele gastou R$ 60 mil para comprar a aeronave e mais R$ 60 mil para transportá-la a um haras na região rural de Planaltina (DF), a 70 quilômetros da capital federal.

"É preciso três carretas para transportar o avião: uma para cada asa e outra para o charuto [corpo da aeronave]. Além disso, tem o guindaste para fazer a desmontagem e as taxas para o Departamento de Estradas e Rodagem, pelo transporte da carga especial, para a companhia de energia se for necessário desligar fiações de eletricidade", justifica.

Em relação ao avião da Transbrasil, comprado por cerca de R$ 90 mil, Tokarski diz que pediu à Inframérica, consórcio que administra o Aeroporto Juscelino Kubitschek, um tempo adicional para retirar a aeronave. O empresário pretende transformar a carcaça em um espaço turístico, mas explica que a necessidade de um plano de negócios viável e de encontrar um local lucrativo adiou a remoção. A reportagem não conseguiu localizar o dono do outro avião da Transbrasil que ocupa o pátio do aeroporto de Brasília.

AVIÕES LEILOADOS

Segundo o levantamento do CNJ, existem 12 aviões não leiloados nos aeroportos brasileiros. Desse total, sete estão no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus, três no Galeão, um no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP) e um no Aeroporto Antônio João, em Campo Grande.