TRISTÃO DA CUNHA - A ilha habitada mais remota do planeta.
Localizada no sul do Oceano Atlântico, ela fica no meio do caminho entre o Rio de Janeiro e a África. O vizinho mais próximo é a ilha de Santa Helena a 2.429 km , aquela em que Napoleão Bonaparte foi exilado e faleceu.
Por lá não existe aeroporto nem sinal de celular. A internet é cara e de péssima qualidade. A eletricidade vem de um gerador a diesel. Para fazer compras, existe um mercadinho. O único porém é que os pedidos devem ser feitos com um mês de antecedência, já que a mercadoria chega por meio dos barcos de pesca que vão até a Cidade do Cabo. Mas não dá para saber nem quando sua encomenda chega, já que na ausência de um porto e com o mau tempo que invariavelmente assola a região é preciso esperar uma ajuda do clima para aportar na ilha.
É assim que vivem os cerca de 270 habitantes da ilha, todos provenientes de sete famílias. Descoberta pelo português Tristão da Cunha, no ano de 1506, o lugar passou pelo domínio holandês antes de virar território ultramarino do Reino Unido, como permanece até hoje. Foi um membro da Artilharia Real, William Glass, que formou com sua família o assentamento na ilha, no ano de 1853.
Desde então os habitantes da ilha convivem em princípio de igualdade. Todos, inclusive as crianças, têm funções na agricultura e criação de animais. Não é permitido vender as terras, já que todas pertencem oficialmente à comunidade.
Também não existem hotéis em Tristan da Cunha. Os poucos que encaram a epopeia até chegar ao local encontram abrigo na casa dos próprios moradores. Entre as atrações, há mergulhos, a escalada até o topo do vulcão Queen Mary's Peak, a 2.062m de altitude, e observação de aves, com espécies endêmicas, algumas migratórias e pinguins. A vegetação é escassa, devido à ausência de animais polinizadores.
Foto do vulcão Queen Mary's Peak, feita pela sonda espacial da NASA
E assim segue a vida na ilha mais remota do mundo. Uma calmaria sem fim que só é interrompida pela força da natureza. Aconteceu em 1961, quando o vulcão entrou em erupção, forçando a evacuação de toda a população. A colônia, porém, ficou praticamente intocada, possibilitando o retorno dos seus habitantes em 1963.