quinta-feira, 25 de agosto de 2011

SACOLAS PLASTICAS - VITIMA OU VILÃ


Sacolinhas de supermercado, feitas de polietileno, são as vilãs do meio ambiente por poluir rios, cidades e lixões e devem ser banidas?

Ou, pelo contrário, são indispensáveis ao dia a dia da população por serem úteis na hora de carregar as compras e acondicionar o lixo?

Esta polêmica vem mobilizando as indústrias do setor, ambientalistas, autoridades, a população e pesquisadores em geral.

A FAVOR DA PROIBIÇÃO:

Os que são contra as sacolinhas contabilizam algumas vitórias importantes: várias cidades do País, entre elas São Paulo, fizeram leis proibindo os supermercados de as fornecerem aos consumidores; na Assembléia Legislativa paulista tramita um projeto propondo o recolhimento e substituição das sacolas feitas de polietileno, polipropilenos e similares por sacolas “biodegradáveis, compostas por matérias que se degradam naturalmente, assim como a oxidegradável. Ambas possuem aditivo para acelerar o processo de degradação”.

CONTRA PROIBIÇÃO:

Na trincheira oposta, o Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos (Plastivida), mantido por indústrias do setor, o Instituto Nacional do Plástico e a Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis veicularam nos meses de junho e julho uma campanha em redes de rádio de São Paulo, Santa Catarina, Ceará e Pernambuco garantindo que as sacolinhas são sustentáveis, reutilizáveis por toda a população para acondicionar o lixo, além de serem recicláveis.

As entidades baseiam suas afirmações em estudo feito pela Agência Ambiental Britânica e publicado em fevereiro deste ano. O trabalho demonstrou que, comparadas a outros tipos de embalagens, as sacolinhas usam menos matéria-prima em sua fabricação e emitem menos CO2 durante seu ciclo de vida.

“Por que acabar com a embalagem mais sustentável?” questiona a campanha.

O trabalho feito pelos britânicos seguiu todos os parâmetros, normas e exigências técnico-científicas e comparou o ciclo de vida das sacolas plásticas comuns com os outros tipos de embalagens que poderiam ser usadas para substituí-las, como saco de papel, caixa de papelão, sacola de algodão e sacolas biodegradáveis.

O impacto ambiental será péssimo caso a proibição vire lei, porque a melhor alternativa ambiental estaria sendo descartada. “Existem leis banindo as sacolinhas, mas várias já foram consideradas inconstitucionais pela Justiça e perderam a validade”. Tais decisões estariam embasadas no conceito de que, depois de utilizadas, as sacolinhas viram resíduo sólido urbano, que é um tema já regulamentado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ou seja, estados e municípios não podem ter uma lei que se sobreponha à legislação federal.

RESUMINDO:

O impacto de uma eventual proibição das tradicionais embalagens seria sentido pela população. O consumidor usa a sacolinha para transportar as compras e, depois, para acondicionar o lixo da cozinha, banheiro, embalar sapatos, roupas e outros objetos.

O saco plástico sempre foi considerado a melhor forma de acondicionar lixo porque evita a contaminação do solo pelo Cho rume – líquido gerado pelo lixo orgânico – quando depositado no lixão. Se sumir do supermercado, uma parcela de consumidores passará a comprar o saco de lixo e o plástico continuará a ser usado da mesma forma. Outra parcela poderá descartar seu lixo em latões, o que naturalmente atrairá roedor e outros vetores de doenças. Quando chover vai tudo se espalhar, gerando um sério problema sanitário.

É difícil substituir as sacolinhas em virtude do baixo custo e da praticidade que têm. Daí a preocupação dos pesquisadores em estudar polímeros que tenham um perfil mais sustentável que os disponíveis atualmente.


ejomes@2011-08

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