“Aldeias, cidades, povos
inteiros eram atacados por aquela moléstia e
perdiam a razão. (..)
Ninguém se entendia sobre o bem e sobre o mal, nem sabia
quem se havia de condenar e quem se havia de absolver. Matavam-se uns aos
outros, movidos por uma cólera absurda. (..)
Abandonaram os ofícios mais
corriqueiros, porque cada um propunha a sua ideia, as suas reformas e nunca
havia acordo. A agricultura também foi abandonada. Aqui a acolá homens
reuniam-se em grupos, combinavam uma ação em comum, juravam não se separar- mas
uns instantes depois começavam a fazer outra coisa inteiramente diferente
daquela que acabaram de concordar, punham-se a acusarem-se uns aos outros, a
bater-se, a apunhalar-se.
Houve incêndios e fome. Homens e coisas pereciam. O
Flagelo estendia-se cada vez mais. No
mundo inteiro só podiam salvar-se alguns homens, predestinados a refazer o
gênero humano, a renovar a terra, mas ninguém via esses homens em parte alguma
ninguém ouvia suas palavras.”
Na
parte final do romance CRIME E CASTIGO de Dostoievski o personagem Raskólnikov
tem um sonho e vê parte do mundo sofrer um “flagelo terrível e sem precedentes”.
Tragédia
social sem precedentes se aproxima de nós brasileiro, ela está se desenhando
todos os dias a nossa frente. Fazemos de
conta que não faz parte do nosso dia a dia, mas estamos enganados e omissos.
Temos medo que a verdade que se apresenta e a mentira que afirmamos não ser
nossa.
O Brasil um país de multi etnias caminha para um verdadeiro inferno onde as cidades serão na
próxima década o caldeirão do inferno. A falta de condições de vida, moradia, comida, água, saúde, segurança,
educação que já se apresenta para um numero razoável de pessoas desencadeara revolta
sem precedentes no futuro próximo.
Continuamos
aqui no Brasil a achar que as grandes cidades podem resolver os problemas de um
país inteiro.
Não se pode levar a
prosperidade ao pobre tirando a prosperidade do mais rico.
E impossível multiplicar a riqueza tentando
dividi-la e quando metade da população
entender a ideia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população
irá sustentá-la, e a outra metade entender que não vale mais a pena trabalhar para
sustentar a primeira metade, então chegaremos ao começo do fim de uma nação.
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