Eram quase 11h30min (09h30min - New York) eu estava no início da Rodovia Tancredo Neves (SP 332) * que liga a cidade de São Paulo ao município vizinho de Caieiras, um local lindíssimo, dentro da Serra da Cantareira, muitas arvores, ar puríssimo. Silencio de se ouvir pássaros a cantar a longa distancia, vento suave e limpo. Parei próximo ao restaurante que sempre visitava quando ia aquela região a trabalho.
Então me deparei com aquela triste cena, todos parados frente à TV assistindo as imagens do atentado ao World Trade Center.
Incrédulo com o que via não entendia a beleza do lugar com a situação vivida a 7682 km de distancia dali.
Parecia uma visão de quem estava num paraíso olhando diretamente sobre um inferno.
Não me dava conta de que aquele gesto insano criado por cabeças doentes reacenderia como numa reação em cadeia uma das mais violentas e silenciosas guerras que temos visto nos últimos anos.
Sobre pretextos desmentidos e silenciados tempos depois o Iraque foi totalmente arrassado e civis tão inocentes como aqueles de New York também pagaram com a vida pela violência de poucos seres que de humanos nada tem.
Esta tragédia continua com dezenas de atentados civis e ataques militares. Atos desesperados como o do militar norte-americano que numa atitude inesperada ataca seus próprios compatriotas dentro de uma base militar.
Todo ato violento desencadeia mais e mais atos violentos. Apenas gestos de bondade e compreensão poderão parar esta cadeia de violência.
E quando o premio Nobel da Paz e ofertado a um dos mandatários dessa violência numa tentativa desesperada de parar com isso, vemos que estamos no limite da tolerância e da esperança. Já sem forças políticas para impedir que isso continue.
Estamos criando uma geração silenciosa de seres que não se vêem mais como seres humanos.
São todos predadores de suas crenças alimentados por “velhos senhores” que falam com Deus e pedem sua benção para matar.
SP 332 – Rodovia Tancredo Neves (Antiga Estrada Velha de Campinas – São Paulo)
ejomes@2009.
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